quarta-feira, 23 de julho de 2014

P.S - I love you

“Havia dias em que se sentia tão feliz e confiante, certa de que a sua vida iria ficar bem, e depois muito depressa, tal como aparecia, a sensação desaparecia outra vez e sentia a tristeza a instalar-se de novo.
Castigava-se a si própria por tê-lo abandonado quando o devia ter abraçado, quando guardava ressentimentos durante dias em vez de o perdoar, quando ia logo dormir algumas noites em vez de fazer amor com ele. Queria apagar cada momento em que sabia que ele tinha ficado tão zangado com ela que a odiava. Desejava que todas as suas recordações fossem dos bons tempos, mas os maus momentos continuavam a regressar para a assombrar. Tinham sido uma perda de tempo tão grande.
Depois havia os dias felizes em que podia andar por ali num sonho acordado com nada mais que um sorriso na cara, dando consigo a dar gargalhadinhas ao caminhar pela rua abaixo quando uma piada de ambos subitamente lhe assomava à memória.
Depois caia em dias de depressão profunda e sombria; por fim conseguia arranjar forças para ser positiva e cortar com aquilo por mais uns dias. Mas a coisa mais pequena e simples desencadeava-lhe de novo as lágrimas. Era aquela a sua rotina. Tratava-se de um processo cansativo e a maior parte do tempo não podia dar-se ao incómodo de lutar com a sua mente. Porque era muito mais forte que o seu corpo.
Mas mesmo no riso dela havia qualquer coisa que faltava. Nunca parecia estar verdadeiramente feliz, parecia estar só a passar o tempo à espera de qualquer outra coisa. Estava cansada de existir apenas, queria viver. E que interesse havia em viver quando não havia vida nisso? Estas perguntas passavam-lhe pela cabeça vezes sem conta até que atingia o ponto de não querer acordar dos seus sonhos que lhe pareciam tão reais.”


“Precisas de alguém?
Preciso de alguém para amar.”


By  P.S - I love you

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